Para cada etapa desta aventura pela Estrada Nacional 2 temos de ver e rever vários procedimentos no que respeita ao equipamento fotográfico que carregamos. É necessário decidir o que levar, onde levar, limpar e ter atenção a uma série de outras pequenas coisas que, mesmo parecendo básicas, por vezes também escapam, trazendo dissabores e perdas de tempo quando saímos para fotografar.
A vontade de sair porta fora, entrar na Estrada Nacional 2 e tirar fotografias é tão grande, que podes acabar por te esquecer de coisas mais ou menos básicas, como verificar as configurações da máquina fotográfica, por exemplo.
Embora se trate de um produto tecnológico muito interessante e eficiente, acredita que só faz aquilo que o utilizador lhe disser. Por isso, se fores agora tirar fotografias com determinados parâmetros definidos e não mais os alterares, da próxima vez que voltares a ligar a câmara, estes estarão na mesma.
E mesmo que sejas um iniciado em fotografia, deverás ter a percepção de que o que é óptimo para uma fotografia poderá não ser para outra, podendo arruinar o que até poderia ser uma foto deslumbrante.
Podem parecer óbvias, mas para que nunca mais sejas apanhado desprevenido convém, antes de te fazeres à estrada para fotografar, tentares lembrar-te de verificar estas cinco coisas. Há muitas outras, mas estas de tão básicas, acabam por ser as que mais frequentemente… esquecemos.
A bateria está carregada?
Talvez o problema mais comum. A tua máquina só funciona se a bateria tiver carga, por isso, antes de saíres para fotografar convém que a carregues, mesmo que o indicador da máquina mostre que esta ainda tem algum tempo de duração (meia-carga, por exemplo). Acredita que é quando menos esperares que vais ficar “pendurado”. O ideal mesmo é teres uma segunda bateria e, obviamente, estarem ambas carregadas.
Definiste a qualidade de gravação de imagem apropriada?
Iniciado ou não, convém leres o manual da tua nova máquina fotográfica (um óptimo livro para figurar na mesinha de cabeceira), para saberes que opções de qualidade tens para gravar as imagens. O JPEG é, eventualmente, o formato mais popular, mas mesmo este oferece várias possibilidades de qualidade final. Tudo se resume à finalidade que irás dar às fotos. É óbvio que se quiseres imagens pequenas para colocar numa página web/blogue, podes selecionar a versão JPEG com menos qualidade – não é o nosso conselho, mas se, por exemplo, o cartão de memória estiver a ficar cheio e sabes que não vais precisar do tamanho máximo da imagem, é sempre uma opção a considerares. Por outro lado, se desejas o ficheiro com o tamanho máximo e controlo absoluto sobre a captura, então RAW é a escolha (mais do que) acertada. Não te esqueças nunca de que a Estrada Nacional 2 tem paisagens de cortar a respiração, tem pessoas que podes retratar, tem tudo aquilo que nos obriga a tirar a máquina para fotografar.
Formataste o cartão de memória?
Sempre que mandares a máquina formatar o cartão, as fotos guardadas serão eliminadas. Por isso, convém certificares de que as passaste para o computador antes de avançares com a formatação. Por norma, quando mandares formatar, o processo é extremamente rápido, pelo que depois de carregares em ‘OK’ não há volta a dar. Se o cartão tiver uma capacidade considerável (16GB ou mais) e não tiveres nenhum computador por perto para descarregares as fotos, podes sempre ir gravando as imagens em pastas separadas, que podem ser criadas na própria máquina – os modelos mais recentes permitem quase todos fazer isto. Mais uma vez, o ideal mesmo é teres um segundo cartão, já que se trata de acessório frágil e que pode deixar de funcionar de um momento para o outro – embora a qualidade tenha evoluído muito, ainda é um problema que surge com alguma frequência.
Lembra-te que o cartão deve sempre ser formatado na máquina na qual o vais utilizar. Se o formatares no computador para depois utilizar na máquina fotográfica, existe a possibilidade de ocorrerem erros de gravação e perderes as fotografias que tiraste posteriormente.
Independentemente do fabricante da tua máquina, irás reparar que te serão apresentadas duas opções: apagar o cartão ou formatar o cartão. Para evitar erros de escrita/leitura a longo prazo, aconselhamos sempre a escolher a opção “formatar”. Sabemos que muitas pessoas têm receio que formatar o cartão de memória demasiadas vezes o danifique, mas não há motivo para isso. Os cartões estão preparados para uma vida útil de 100.000 ciclos de gravação, por isso, mesmo que formatasses o cartão todos os dias durante 10 anos… não chegaria a 4% desse valor.
Qual o valor ISO selecionado?
Embora a tua máquina digital não use rolo, continua com a possibilidade de escolher a sensibilidade do sensor da câmara, ou valor ISO. Alterando a sensibilidade, poderás continuar a disparar em níveis de luz diferentes. Só que há um senão: ISO alto também traz o inevitável aumento de ruído (ou excesso de grão) à imagem. Assim, o melhor mesmo é tentares usar o valor mais baixo possível. Se para fotografares uma cena de ação tiveste que recorrer a um ISO elevado, digamos 800 ou 1600, ou mais, e se te esqueceres de o colocar de volta a 100 ou 200 para uma paisagem (com ou sem tripé, consoante a luz do momento), poderás ter uma imagem arruinada devido ao ruído excessivo. A vantagem da tua máquina digital para as de rolo, é que podes mudar o ISO de foto para foto.
Determinaste corretamente o balanço de brancos?
Existe todo um mundo e muitas letras a escrever sobre o balanço de brancos, que a seu tempo abordaremos. Como os mais iniciados, por norma, fotografam em JPEG, não conseguem ter um controlo absoluto sobre a imagem final capturada, pelo que se escolherem um balanço de brancos errado, a fotografia poderá ficar um pouco estranha, ou pouco realista comparativamente ao que foi fotografado. Mas se tens dúvidas sobre qual valor seleccionar, dá o controlo à tua máquina escolhendo o balanço de brancos automático. A máquina tomará as decisões por ti – embora funcione bem na grande maioria das situações, poderá errar pontualmente num cenário ou noutro, mas de uma forma geral as câmaras atuais conseguem fazer uma boa leitura da luz e intensidade de cor de uma cena.
Falta aí não esquecer de rodas suplentes, no mau estado que a estrada está cheia de buracos, convém levar várias rodas suplentes
Olá André. Obrigado pela visita a este nosso espaço e ao comentário deixado.
Ainda só fizemos 200 e poucos quilómetros, ainda há muita EN2 para fazer e sabemos – por um ou outro post de alguém que já a concluiu – que aqui e ali a estrada podia estar melhor. Mas até agora, até aqui, não nos podemos queixar. Até agora, repetimos, até agora, ou não estamos na mesma estrada de que fala, ou os buracos têm-se desviado. Provavelmente vamos ter de morder a língua quando precisarmos de uma roda suplente, mas não podemos nem gostamos de sofrer por antecipação.
De qualquer modo, neste artigo tentamos alertar as pessoas do ponto de vista fotográfico, não é propriamente um post a abordar questões sobre viagem, ou a viagem. E, do ponto de vista fotográfico, levar rodas suplentes não nos serve de muito, porque ainda não têm botão disparador, nem se podem usar objetivas…
Mas percebemos a ideia e agradecemos (mesmo!) o alerta. Se, de facto, a estrada estiver mal, ou quando a encontrarmos mal, como o André refere, seremos os primeiros a alertar quem possa ter interesse em vir a seguir.
Abraço!